sábado, 24 de setembro de 2011

Proporções


Na indiferença dos tempos 
Lágrimas e sorrisos adquirem o mesmo valor,
Ese no muito acostumo-me ao gênero humano
As estrelas apresentam o seu albor.

E por me importar pouco
O julgo louco
Não que não seja, tampouco!
No mais, é o que ouço.

O nada é muito
E tudo é nada
No simples dessas agonias
O torpor invade por entre as madrugadas.

E se no futuro não puder ter sido o presente
Deite-se sobre este céu recorrente,
Terás feito parte de um passado 
E as estrelas lhe mostrarão esse significado.

Grandes momentos jamais atingem a proporção imaginada
E dir-lhe-ia diante da imagem de um espelho
Importe-se com o simples, o nada
Nessa proporção de devaneio, não mais que esse conselho!

domingo, 11 de setembro de 2011

Poema do beco



"Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do horizonte?
- O que eu vejo é o beco." (Manuel Bandeira)

(Josemiro)




“Não é preciso mostrar beleza aos cegos, nem dizer verdade aos surdos. Basta não mentir para quem te escuta, nem decepcionar os olhos de quem te vê.”

A partida

"Tenho-a presente, como agora, aquela
dura noite da triste despedida;
a aragem levemente arrefecida
do barco enfuna a desfraldada vela.

Distante, como em fundo de aquarela,
some-se a mansa vila adormecida,
e a branda luz dos astros refletida
no rio as águas límpidas estrela.

Cena viva que a mente me descreve,
dos amigos em grupos pelo cais
vozes perpassam num sussurro leve;

trocam-se as doces expressões finais...
E, enquanto os lábios dizem - até breve!
Os corações murmuram - nunca mais!"


(Silva Ramos)

sábado, 10 de setembro de 2011