quinta-feira, 30 de maio de 2013

Crepúsculo

Quanto tempo dura a noite?
O vermelho ao entardecer vem chegando
trás consigo as lembranças.

O frio da noite fervilha meus pensamentos
o silêncio barulhento
ecoa na alma
eu, meu lápis, sete demônios mais fortes
ferido de morte.

No breu escrevo
no escuro das claridades
utilizando palavras escritas como alternativa à realidade
crepúsculo.
A tristeza fazendo arte
cheia de voz;
minh'alma
desgraçada.

Nas janelas rostos desconhecidos olham-me
encaram-me
como um sonho mal.

Loucura lúcida
sou um louco lúcido, mais louco que lúcido
insano sôfrego.
Coração cortado à lâmina
aprendiz de morte
lápides quentes sobre restos podres, frios.

Daí minha razão de escrever
como alternativa ao viver, sofrer
e não morrer.
Jogo de palavras
jogo de pessoas,
verbos e paixões.

O findar do breu dá lugar a aurora do dia
e aqui se finda o tal poema de magia,
a vida.




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