segunda-feira, 28 de julho de 2014

Entre augustos e anjos


Intermináveis são as carnificinas 
e entre os vermes,
o amoníaco contido no sofrimento brasileiro.

Autor proveniente da mesa de bar,
como todos outros e nós.
Talhando o romantismo do poeta das sombras,
das sombras das sombras.

E, aos leitores solitários 
que convivem com os morcegos de sua consciência, 
um augusto e um afago.

Debaixo do tamarindo 
escutando a voz do vento 
e reclamando a caixa derradeira,
que guarda o passado da flora brasileira.
Um anjo.

Ah, poeta da anti-celebração da vida 
que com a carne já em putrefação,
como em seus versos,
se tornou o imortal da contemporaneidade.

Um nordestino iniciado simbolista 
a tornar-se fundador expressionista,
na mórbida natureza paraibana.
De alma, mineiro.

O professor que deu aulas em vida.
E deixou em lápide o pó e giz 
às futuras gerações,
às gerações de augustos
e dos anjos. 
 
 
 

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