domingo, 7 de julho de 2013

Sonho




Risada doce na boca amarga,
subi um punhal nos ares por ter descido uma flor.                      
Suponho que seja ao dormir para te ter nos sonhos.       
Querer morrer para não acordar
apenas sonhar. 
E em minhas pupilas de aço, ao decorrer de mais um dia                     
a falta me corrói os dedos e intenta em destruir  
cada verso que criei como cláusula pétrea.        
Ainda sim vivo, e prossigo. 
    

Vivo de sonhos.            
Do prazer momentâneo no intervalo da desgraça.  
Sonhos eu sonho.            
Porque posso torná-los perfeitos     
posso queimar cada gota da realidade,                  
as que me impedem de chegar até você. 


Desta forma sigo.      
Com a tristeza nutrindo minha vaga essência   
vivendo nas sombras das sombras                 
um mundo vago de aparências que se perde aos poucos  
sem consistência ou consequência.           
Ainda sigo.        
Sigo almejando que nosso encontro esteja apropriadamente marcado   
murmúrio do desejo opondo-se a amplitude do tempo.


Éter e chamas irrompendo em minhas veias.
Necessito do desdém e da calma dos mártires para prosseguir
Meu sangue já escorre grosso com a lama de minha pele 
As agonias se tornaram algumas de minhas muitas mudanças de roupa    
e, desta forma, lanço meu berro cheio de fúria e dor
pelos telhados de vidro do mundo.




E espero
e escrevo.
Tristes versos.
Espero pelo dia em que eu possa me apossar de seus fardos
que você descanse a palma de suas mãos em meus ombros,
alegria para esses meus grandes olhos sombrios.
Aguardo.
Aguardo pelo dia em que possa te tirar do papel,
que me seja concedido mais que estes tristes versos.
Sonho.                                                                      
                                                                                            

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