Ser diferente é ser poeta.
Ser poeta é ter sede de nada,
é condensar o mundo em um só grito.
É ter o mar como soma de suas lágrimas
e o calor do sol como chama de sua vida.
Ser poeta é sonhar.
Sonhar que das cinzas surjam rosas,
que o eco dos passos dos que caminham pelas ruas
seja mais que sua derradeira rotina.
A qual enfrentamos a favor dos sonhos.
Sonhos altos
cada vez mais altos.
Sonho...
Sonho com grandes versos
inúmeros legados e obras.
Sonho com publicações, em lançar flores ao vento
deixar um pedaço meu em cada ser.
Sonho com uma suntuosa lápide em versos.
Sonho em não ser sombra, mais uma sombra em meio às sombras.
Sonho com a fumaça que escapa de minha boca e dedos.
Sonho, como Apolo, a desfolhar as mais belas flores.
Sonho com o êxtase impudor da juventude.
Sonho com a boemia, a vagabundagem e a poesia.
Sonho com o riso vindo da boca fria,
com o luar ouvindo minh'alma.
Sonho em ser miragem, ser estátua, ser coisa, ou coisa alguma.
Sonho...
Com enigmáticos jardins que me inspirem.
Sonho em ver as lágrimas brotarem de dentro da alma.
Sonho em esquecer para lembrar novamente.
Sonho em viver e embebedar-me de nuvens e flocos de neve.
Sonho porque adquiri o deslumbre de um poeta solitário.
Porque me edifiquei sonhadora.
Porque ando atrás de mim sem me largar.
Porque sou demasiado humano.
Sonho porque sonho em ser poeta.
Porque vivo de poesia.
(Mirele Longatti)
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